Documento elaborado pelos conselheiros de João Lourenço elenca ameaças e pontos fortes do sector. Certificar alguns aeroportos e retirar crianças pedintes das unidades hoteleiras e restaurantes fazem parte das sugestões.
Os conselheiros do Presidente da República acreditam que Angola, com o novo aeroporto internacional, pode tornar-se numa plataforma africana turística à semelhança do Dubai, Istambul e Paris, e elaboraram uma proposta visando o desenvolvimento e crescimento do turismo.
O Conselho Económico e Social (CES) é um organismo autónomo de reflexão de questões de especialidade macroeconómica, empresarial e social, à disposição de João Lourenço para consulta de matérias do interesse do Governo.
Num documento denominado ‘Estratégia para o Desenvolvimento e Crescimento do Turismo em Angola’, com data de 13 de Outubro e a que o Valor Económico teve acesso, o CES sugere a certificação dos aeroportos internacionais da Catumbela, Lubango, Moçâmedes e Huambo.
Recomenda ainda o melhoramento dos préstimos do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), a promoção de voos ‘charters’, a venda dos hotéis AAA, que pertenciam ao empresário Carlos São Vicente, e a retirada das crianças pedintes à volta de restaurantes, hotéis, casas nocturnas e locais turísticos.
A recuperação de principais estradas nacionais e a criação de uma central logística de abastecimento e restauração, para permitir baixar os preços, também fazem parte do ‘pacote’ das recomendações.
Numa lista de 20 sugestões, o documento de 30 páginas foca algumas medidas para promover o turismo e relata o estado actual do sector, as suas ameaças e pontos fortes. Consta também a recomendação para “trazer de volta” a Bolsa de Turismo de Angola e a ExpoHotel, dois eventos ligados ao turismo e que não são organizados há alguns anos.
TURISMO A ‘SALTAR’ DOS 0,5% PARA OS 6%
O CES acredita que o turismo em Angola pode contribuir mais para o produto interno bruto (PIB). Para aquilo que é esperado com as estratégias constantes no documento, o CES preconiza que o turismo possa sair de uma contribuição actual de 0,5% no PIB para os 4% a 6% nos próximos 10 anos.
Com a aplicação destas medidas, os conselheiros preveem que o sector atinja a cifra dos 4,5 milhões de turistas nacionais e até três milhões de turistas internacionais.