O ex-secretário geral do MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, afirma que o partido não está bem e que perdeu as eleições gerais de 2022, na maior praça política do País, Luanda, por culpa própria e admite fragilidade nas suas bases.
Segundo Dino Matrosse, a UNITA ganhou em Luanda porque muitos dos militantes do MPLA não votaram e deram vitória ao principal opositor.
As declarações de um dos antigos homens fortes do MPLA foram proferidas em entrevista à Rádio Correio da Kianda, disponibilizada na internet, no Dia internacional do Trabalhador, 1 de Maio,.
Nesta entrevista, Matrosse falou do impacto das lutas dos movimentos de libertação nacional, o 25 de Abril em Portugal, os pronunciamentos do Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa sobre a reparação devida por causa da colonização, e a reacção do Partido Chega, bem como a vida política nacional, em particular do MPLA.
Referindo-se ao MPLA, disse que “o partido não está bem!” e aconselhou, sem detalhar ao que se referia exactamente: “Temos que trabalhar mais… o resto são questões internas”.
Conforme Dino Matrosse, a UNITA ganhou em Luanda e em outras províncias do País, porque o MPLA cometeu erros e muitos dos seus militantes deram a vitória a UNITA.
O político salientou que a esta altura o partido já devia estar a trabalhar para corrigir o erro e não voltar a ser surpreendido em 2027.
Para Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse” o MPLA, actual está muito lento nas bases e é necessário maior dinamismo.
“As basas não estão bem, estão muito lentas. A força do partido está nas bases e é preciso imprimir mais dinamismo no seio delas porque as bases são quem sustentam o partido”, disse, afirmando que há no MPLA, agora, muitos líderes locais lentos que não dão o melhor contributo para o partido.
Solicitado a comentar sobre a governação do segundo mandato do Presidente João Lourenço, Dino Matrosse preferiu não o fazer, sob pretexto de ser mal interpretado.
O antigo secretário-geral do MPLA disse que prepara uma obra literária onde vai falar sobre os caminhos da Paz, mas realça que será uma história contada com verdade, o que permite interpretar como uma alusão à ausência de verdade noutros livros publicados recentemente por outras figuras históricas do partido que Governa Angola deste 1975.