O Tribunal de Comarca de Luanda (TCL) julgou e condenou na passada terça-feira, 19, a 32 anos de prisão efectiva, a cidadã Ana Patrícia Queiroz, de 42 anos pelo crime de homicídio de uma mulher de 57 anos que residia no bairro Mártires, por sinal sua melhor amiga e madrinha do seu filho, para lhe ficar com os bens.
Foram ainda condenados outros dois arguidos a uma pena de 24 anos de prisão. Todos os arguidos foram também condenados ao pagamento de 15 milhões de kwanzas de indemnização à família da vítima e de 80 mil kz de taxa de justiça.
Dois dos cinco arguidos detidos foram colocados em liberdade por não se confirmar a sua participação directa no homicídio, mas foram condenados a 100 dias de multa.
O Ministério Público (MP), assim como a defesa dos arguidos, afirmaram que o tribunal fez um julgamento justo e endereçaram pêsames à família da vítima.
Em julgamento estiveram 10 arguidos: cinco em prisão preventiva e outros cinco em liberdade. Dos 10 arguidos apenas três foram condenados a prisão efectiva, dois a multa, e os demais foram absolvidos.
O triste acontecimento ocorreu em Março último, mas veio à tona no mês de Abril quando o Serviço de Investigação Criminal(SIC) esclareceu o crime e deteve os implicados.
Tudo terá acontecido quando a vítima, Sebastiana Neto, confiando na comadre, a acusada Ana Patrícia Queiroz, a terá informado que estaria de viagem para os Estados Unidos da América (EUA).
Ana Patrícia Queiroz, por sua vez, organizou um grupo de marginais e informou-os que conhecia alguém com muito dinheiro na sua casa, dizendo-lhes que poderiam assaltá-la.
A mulher comprou gasolina e outros meios, ligou para a vítima dizendo que gostaria de estar com ela na sua casa, tendo a vítima aceitado o pedido.
A acusação diz que Ana Patrícia Queiroz tinha como foco principal os bens da vítima, que estava de malas feitas para os EUA, e tinha na sua posse joias e dinheiro, de bens que havia vendido para viver no exterior do País.
A investigação do SIC apurou que o assassinato de Sebastiana Neto foi devidamente planeado pela agora condenada a 32 anos de prisão.
Conforme a acusação, a vítima foi surpreendida no momento em que abria a porta, por um grupo de cinco elementos, entre eles a acusada, que imobilizaram a mulher, tendo um dos bandidos colocado um pano que continha gás lacrimogéneo no rosto da mulher, o que lhe provocou o desmaio.
No interior de casa, um dos marginais, também condenado, segurou em braçadeiras plásticas e começou por prender os membros superiores e inferiores da vítima.
A acusada colocou uma braçadeira plástica no pescoço da amiga, e esta, na agonia, mordeu-a no braço. Após ter sido mordida, a acusada ficou furiosa, segurou num machado e desferiu um golpe na cabeça da malograda, que teve morte imediata.
Após consumarem o crime, os malfeitores levaram da residência da vítima um baú contendo diversas joias em ouro, um cartão de crédito com mais de sete milhões de kwanzas, assim como quatro telemóveis.
Para o pagamento dos comparsas, a acusada usou o cartão de crédito roubado, retirou quatro milhões de Kz, através de TPA, em bombas de combustível.
O facilitador deste levantamento nas bombas de combustível foi também julgado, mas o tribunal absolveu-o por colaborar para o esclarecimento da verdade.
Os familiares da vítima, decepcionados com a mulher assassina, por ser amiga de confiança da malograda, disseram que a justiça foi feita e que os autores devem pagar pelo crime que cometeram.”