Duas semanas depois de a Empresa Fabril de Calçados e Uniformes (EFCU) ter registado casos de desmaios em mais de 170 trabalhadores, a situação voltou a acontecer segunda-feira, 09, no primeiro dia de trabalho após esta fábrica ter encerrado para investigação de forma das causas do incidente.
A unidade voltou a encerrar portas, após novos casos de desmaios de dezenas de funcionários, quando estes já exerciam actividade nos seus postos de trabalho. Quando tudo parecia estar a correr bem na Empresa Fabril de Calçados e Uniformes, vários funcionários começaram a desmaiar e foram novamente socorridos para o Hospital dos Cajueiros, no Cazenga, onde foram assistidos.
O corpo clínico daquela unidade sanitária confirmou a entrada massiva de funcionários da EFCU, localizada nas imediações da TEXTANG-II. Os trabalhadores, segundo o corpo clínico, queixam-se muito de irritação na garganta, tonturas e dores de cabeça.
Segundo os empregados da EFCU, com estes novos casos de desmaio, não há condições psicológicas para retomarem os trabalhos. Sobre os novos casos, a direcção da Empresa Fabril de Calçados e Uniformes remeteu-se ao silêncio após ser contactada pelos jornalistas.
Recorde-se que, no passado dia 02, 178 trabalhadores da unidade fabril desmaiaram, após inalação de um produto tóxico ainda não identificado, obrigando a que fossem socorridos para o Hospital dos Cajueiros.
Os desmaios aconteceram tão logo a empresa foi aberta, segundo os trabalhadores, com um quadro caracterizado por irritação na garganta. As desconfianças recaem sobre o produto químico usado para a desinfestação das instalações pela empresa de desinfestação contratada pela unidade fabril. O Serviço de Investigação Criminal (SIC) e o corpo dos bombeiros fizeram-se presentes no local para apurar a real causa dos desfalecimentos.