A Procuradoria Geral da República (PGR) junto ao Tribunal Supremo concedeu a Isabel dos Santos, por meio de seus advogados, 3 horas para lerem o processo com 10 mil páginas no qual ela é acusada em relação à sua gestão na Sonangol.
Desde a semana passada, os advogados de Isabel dos Santos têm lutado para ter acesso ao processo, enfrentando negações que levaram a interpretações de denegação.
Após as autoridades judiciais terem produzido, em 11 de janeiro, o documento contendo as acusações contra a empresária, os seus advogados empenharam-se em consultar o conteúdo do processo para estarem familiarizados antes de produzirem a defesa. No dia seguinte, numa sexta-feira, 13, o Procurador Beato Paulo que produziu o documento ordenou que o entregassem aos advogados da empresaria. No entanto, somente na segunda-feira, 15, é que os advogados de Isabel dos Santos fizeram o pedido para consultar o documento de acusação nos termos da lei.
Em 18 de janeiro, a PGR junto à câmara criminal do Tribunal Supremo rejeitou o pedido dos advogados de Isabel dos Santos para consultar o processo nos termos da lei, alegando “segredo de justiça do processo até ser prolatado despacho de pronúncia”.
No dia seguinte, sexta-feira, 19, a PGR abriu uma exceção permitindo que os advogados pudessem apenas ler o processo, das 12h às 15h30, na sua sede. Geralmente, os advogados têm direito a uma cópia do processo, permitindo-lhes levá-lo para casa e lê-lo livremente. A PGR apresentou um volume contendo cerca de 10 mil páginas para consulta em 3 horas na secretaria do procurador Beato Paulo.
Insatisfeitos, os advogados da empresária dirigiram-se, nesta segunda-feira, 22, ao juiz de garantias junto à câmara criminal do Tribunal Supremo, requerendo a abertura da instrução contraditória em relação à acusação da qual ela foi alvo, não obstante, a título prévio, imporem-se as seguintes contradições.