Inacom afirma estar “preocupado com a deterioração da qualidade” e aponta como principal causa o aumento de 73,64% das subscrições, saindo dos 14,8 milhões para 25,7 milhões em cinco anos, sem o devido investimento nas infra-estruturas.
A qualidade do serviço da rede de telefonia móvel “deteriorou-se significativamente” nos últimos quatro anos, segundo o Instituto Angolano das Comunicações (Inacom), em alinhamento com as queixas recorrentes dos clientes sobre a qualidade da rede das três operadoras do país.
No relatório anual consultado pelo Valor Económico, o Inacom afirma estar “preocupado com a deterioração da qualidade” e aponta como principal causa o aumento de 73,64% das subscrições, saindo dos 14,8 milhões para 25,7 milhões, entre 2019 e 2023.
Crescimento que, segundo o regulador, está atrelado “à expansão da cobertura de rede, aumento da competitividade do mercado, inovações tecnológicas e a mudanças no comportamento do consumidor”. Ou seja, as operadoras não acompanharam os investimentos em infra-estruturas com o aumento da base de subscrições que, consequentemente, impulsionou o volume de tráfego, o que tem sobrecarregado as infra-estrutura, provocando falhas nas chamadas.
“Em termos de qualidade de serviço, especificamente a percentagem média das chamadas sem sucesso na rede de telefonia móvel celular, tem-se observado uma deterioração ao longo do período de 2019-2023. Este aumento na taxa de chamadas sem sucesso, que apresenta uma diferença de aproximadamente 1% durante este período, é um indicativo preocupante de que a confiabilidade das conexões móveis está a deteriorar-se”, observa o regulador.
O Inacom explica ainda que a percentagem de chamadas bloqueadas também seguiu uma tendência de aumento. Em 2019, a taxa de chamadas bloqueadas era de 0,89%, mas subiu significativamente para 1,48% em 2023.
“Este crescimento na percentagem de chamadas bloqueadas, assim como nas chamadas sem êxito, sugere uma degradação na qualidade do serviço oferecido pelas operadoras de telefonia móvel”, critica.
Para inversão do quadro, o regulador insta as operadoras a investirem “continuamente na expansão e modernização da infra-estrutura de rede, adotando tecnologias avançadas de gerenciamento de tráfego e capacidades adicionais para suportar a crescente demanda”.
