As fábricas de bebidas espirituosas em saquetas, vulgo “pacotinhos”, começaram a despedir, este mês vários funcionários por conta da medida do Executivo que proíbe o seu fabrico e venda.
As empresas asseguram que não têm como manter os postos de trabalhos porque deixaram de produzir e estão a encerrar os serviços por não terem alternativas.
A Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA) afirma que o Governo não deu tempo suficiente às fábricas para instalarem linhas de enchimento de recipientes de vidro, daí este cenário que já era previsível.
Segundo a AIBA, milhares de funcionários vão para o desemprego em função desta decisão que deixa as fábricas sem alternativas.
Na Zona Industrial de Viana, pelo menos duas das quatro fábricas de produção e comercialização dos whiskies em “pacotinhos” encerraram as portas e despediram centenas de funcionários.
Uma delas é a Coastline Comércio e Industria Lda, que produzia a bebida “United Global”, despediu todos os trabalhadores (mais de 100) e encerrou a fábrica.
A outra é a Faive, do mesmo sector, que produzia o whisky “palanca”, reduziu 80% dos seus funcionários por conta da orientação do Executivo de 12 de Março.
Reduções e despedimentos ocorreram igualmente nas empresas de produção das marcas Gyn Score, Stag e Siga, bem como dos whiskys Black Jack e The Best.
Os trabalhadores lamentam e culpam o Governo de ser o culpado dos despedimentos e apelam para que o mesmo seja, agora, rigoroso com estas empresas que, segundo dizem, não estão a respeitar a Lei Geral do Trabalho (LGT), no que toca às indemnizações.
Os visados contam que algumas empresas estão a indemnizar apenas com a metade do salário de um mês, não respeitando sequer o tempo de trabalho, o que asseguram não ser justo.
Na empresa Coastline Comercio e Industria Lda, vários trabalhadores com mais de dois anos de serviços, disseram que apenas receberam menos 100 mil kwanzas de indemnização, o que dizem não ser justo.