A coordenação da Frente Patriótica Unida (FPU) foi esta quinta-feira travada pela Unidade de Segurança da Presidência de chegar ao Tribunal Supremo, onde iria ser entregue uma comunicação sobre o “País real”. Segundo uma fonte da FPU, a comunicação foi entregue à Presidência da República, porque numa primeira fase, os efectivos desconheciam o conteúdo do documento.
“Depois de terem o conhecimento do caso, estes já não deixaram a comissão chegar ao Tribunal Supremo e ao Largo da Independência, onde a comunicação também estava a ser distribuída aos cidadãos”, acrescentou a fonte, frisando que a comunicação só chegou ao Tribunal Supremo por via de um funcionário do protocolo da FPU.
“A razão fundamental desta comunicação feita quarta-feira, 10, é partilhar com todos os cidadãos as reflexões da Frente Patriótica Unida em relação ao quadro político, social e económico vigente, assegura o coordenador da FPU, Adalberto Costa Júnior.
Neste âmbito, a comunicação será distribuída à Presidência da República, Assembleia Nacional, tribunais superiores e Procuradoria-Geral da República, Provedoria de Justiça e aos membros da sociedade civil. O documento em distribuição diz que Angola vive uma crise geral que faz do quotidiano da maioria dos angolanos um autêntico calvário.
O documento faz referência do relatório do Centro de Investigação da Universidade Católica (2023), que diz que a metade da população vive na pobreza, havendo no País mais de 17 milhões de pobres.
De acordo com este relatório a que FPU recorreu, a taxa de pobreza tem vindo a crescer todos os anos, passando de mais de 12 milhões de pessoas (41,7%) em 2019, para mais de 16 milhões (49,4%) em 2022.