Com mandato expirado desde 2021, a actual bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar, é acusada de se furtar à convocação de eleições. Esta, por sua vez, “esconde-se” com alegadas ordens judiciais. Ordem vive crise desde 2020, após um grupo de profissionais acusar a bastonária de “gestão danosa” e “desvio de dinheiro”.
A crise, na já conhecida conturbada relação entre a direção da Ordem dos Médicos de Angola (ORMED) e alguns associados desta organização profissional, parece distante do fim. Após as acusações de gestão danosa, desvio de 19 milhões de kwanzas e de bens patrimoniais, a bastonária da ORMED, Elisa Gaspar, é acusada de furtar-se à convocação de eleições para a escolha do novo corpo directivo da Ordem, que aliás era suposto terem acontecido entre Novembro de 2021 e Janeiro de 2022.
“Estamos todos à espera que a bastonária convoque as eleições. Neste momento, ela cumpre um segundo mandato sem ser eleita”, explica uma fonte ligada ao processo e que espera que neste ano, finalmente, haja uma resolução para o problema e aconteçam as eleições.
De acordo com a fonte, Elisa Gaspar tenta a todo o custo alterar os estatutos da instituição a seu favor, mesmo após o chumbo do grupo técnico do Conselho de Ministros.
“O documento foi para o Conselho de Ministros, mas não chegou a ser avaliado, porque o grupo técnico do Conselho devolveu-o para se reverem as alterações que não estavam em conformidade”, conta. Sendo assim, prossegue, o antigo estatuto continua em vigor e estabelece que a bastonária tem mandato de três anos, e depois desse tempo deve convocar as eleições.