OPINIÃO – Lamentavelmente não ultrapassamos as ilusões fantasmagóricas de sermos os bons gastadores. Queremos sempre fazer ‘histórias’, não pelos bons motivos geradores de ganhos económicos. E, certamente, é paradoxal com o argumento dos gestores públicos quando surgem com explicações de que o país enfrenta dificuldades financeiras em justificação dos problemas mais básicos que persistem em 23 anos de paz e 50 de independência.
O jogo entre a selecção angolana e a argentina é uma destas ilusões fantasmagóricas. Muito pelo preço dos 90 minutos, ainda que seja uma ‘oferta’ de empresários bem-intencionados que só queiram ajudar na promoção da imagem do país. Afinal, nenhum jogo de futebol ou qualquer outro evento atrai investimento diante de um conjunto de empecilhos no tecido empresarial. Não é, igualmente, mais do que um pólo industrial devidamente infra-estruturado – como não é o caso o de Viana, o maior do país com mais de 200 indústrias operacionais, debate-se com falta de água, estrada e deficiência na distribuição de energia eléctrica. Para não falar de outros pólos onde só existe vegetação.
Que o jogo vai decorrer amanhã, sexta-feira, é uma certeza. Os milhões de dólares já foram pagos ao arrepio da fome que grassa. Para pintar mais o quadro fantasmagórico, o Governo de Luanda decidiu decretar tolerância de ponto a partir das 12 horas de amanhã. Há tanta necessidade, depois da paralisação de dois dias seguidos devido a celebração da independência?
Nesta semana, o centro económico, dos cinco dias úteis de trabalho, praticamente só trabalhou dois dias. Completamente contraproducente para um país mergulhado numa crise económica, com os empresários a relatarem dificuldades para manter a actividade. Como será possível crescer? Como os empresários, embora não concordem com o perdão fiscal apenas sobre os juros, vão se esforçar a pagar o kilapi ao fisco?
Não estamos, de forma alguma, a incentivar investimento externo. Mediante todos os desafios estruturais conhecidos, o investidor ainda se depara com vários feriados numa realidade em que a produtividade está em níveis muito baixos. No final da fantasia, qual é a factura da improdutividade? E quem paga?
Por: Guilherme Francisco, jornalista económico, extraído do Linkedin

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