Angola volta a integrar a lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI). O anúncio foi feito no final do dia desta sexta-feira (25), após o encerramento das sessões da Semana do GAFI, em Paris.
A lista cinzenta do GAFI é composta por países que apresentam deficiências estratégicas no seu regime de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo. Estes países, embora cooperem com o GAFI para melhorar os seus sistemas, são sujeitos a maior vigilância por parte da comunidade financeira internacional.
A inclusão de Angola nesta lista representa um sinal de alerta para bancos e instituições financeiras globais sobre o aumento dos riscos de operações financeiras com o país, podendo afectar o seu acesso a investimentos e financiamento internacional.
Durante a reunião plenária, os delegados, representando mais de 200 membros da Rede Global do GAFI e várias organizações observadoras de relevo, como o Fundo Monetário Internacional, as Nações Unidas, o Banco Mundial e a INTERPOL, discutiram várias questões críticas na luta contra os fluxos financeiros ilícitos. Estes fluxos são frequentemente usados para alimentar o crime organizado e o terrorismo, além de comprometer a segurança global e o crescimento económico sustentável.
Entre os temas mais debatidos está a promoção da inclusão financeira e a abordagem baseada no risco, prioridades centrais da presidência do México, liderada por Elisa de Anda Madrazo, do GAFI.
Para Angola, avizinham-se dias difíceis para a economia, isto significa que o país terá de desenvolver um entendimento mais robusto dos riscos de branqueamento de capitais a que está exposto e adoptar medidas mais eficazes para mitigar esses riscos.
Nos últimos anos, Angola tem feito progressos em diversas áreas, mas os desafios persistentes, como a falta de uma aplicação eficaz da legislação e fragilidades nos mecanismos de supervisão, continuam a suscitar preocupações internacionais.