Antes de Biden, a visita do secretário da Defesa, Lloyd Austin, há um ano, marcou a única viagem a Angola de um alto funcionário da Administração norte-americana. O último presidente dos Estados Unidos a deslocar-se à África sub-sahariana foi Barack Obama, em 2015, acrescentaram fontes próximas do que está a ser planeado e citadas pela Reuters. Obama, contudo, não chegou em Angola.
Os pormenores da viagem de Biden estão ainda a ser ultimados, mas esta deverá ocorrer nas semanas após a Assembleia Geral das Nações Unidas se reunir, entre 22 e 23 de Setembro, e antes das eleições presidenciais de 5 de novembro, acrescentou uma das fontes.
A Casa Branca não comentou nem a notícia dos planos nem a possibilidade da viagem.
Biden tinha no final de 2023, mas a viagem foi adiada devido à eclosão do conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, após este último ter invadido Israel a 7 de outubro massacrando 1200 pessoas e sequestrando 250 reféns. O ainda presidente norte-americano tinha prometido investir em relações mais próximas com os regimes democráticos do continente africano, para contrabalançar a crescente influência de Pequim na região.
Os Estados Unidos têm estado a investir em particular na ligação por via férrea da República Democrática do Congo ao porto angolano do Lobito, para evitar as congestionadas vias terrestres na rota da exploração das minas de cobre e de cobalto.
O presidente angolano João Lourenço foi recebido na Casa Branca em novembro de 2023, tendo sido então proposta a visita durante a reunião de ambos na Sala Oval. Quatro meses depois, João Lourenço deslocou-se oficialmente a Pequim para uma visita de três dias.
Em maio último, Joe Biden afirmou que planeava visitar oficialmente África em fevereiro de 2025, se fosse reeleito presidente. A sua substituição por Kamala Harris, enquanto candidata democrata às presidenciais de novembro, esvaziou esses planos.
Mas Biden não quis deixar de cumprir a visita a Angola, naquela que deverá ser uma das suas últimas, se não a última, deslocações oficiais ao estrangeiro enquanto presidente dos Estados Unidos.