Paul ficou confinado à máquina após ter contraído poliomielite, com seis anos. Conquistou o recorde do Guiness como a pessoa que sobreviveu mais tempo dentro do “pulmão de ferro”.
Paul Alexander passou a maior parte dos últimos 71 anos na horizontal. Tudo porque desde os seis anos que dependia de uma máquina para respirar, conhecida como o “pulmão de ferro”, dentro da qual tinha de permanecer, deitado, quase 24 horas por dia.
Paul, natural do Estado do Texas, nos Estados Unidos, morreu aos 78 anos, na segunda-feira, depois de ter sido internado com Covid-19. A notícia foi comunicada na sua página de angariação de fundos na plataforma GoFundMe. O homem conquistou um recorde do Guiness como a pessoa que sobreviveu mais tempo dentro do “pulmão de ferro”.
Com seis anos, Paul contraiu poliomielite (doença infeciosa causada pelo poliovírus, que se espalha pelas secreções orais e fezes), episódio que o deixou paralisado do pescoço para baixo, impedindo-o de respirar. Depois de ter sido hospitalizado, Paul acordou já dentro da máquina na qual passaria o resto da sua vida: só a cabeça não estava confinada ao “pulmão de ferro“.
A estrutura atua como um diafragma, através da pressão negativa, e foi muitas vezes o último recurso para vítimas da poliomielite, no século XIX. Hoje em dia, existem métodos mais atuais que atuam através da pressão positiva e que condicionam menos a vida dos doentes, de acordo com a CNN Brasil.
Com o tempo, Paul reaprendeu a respirar sozinho, o que lhe permitia sair da estrutura cerca de quatro a seis horas por dia, tempo esse que foi diminuindo conforme foi ficando mais velho, relata um amigo de longa data, citado pela Associated Press.
Foi graças a esses períodos de tempo que conseguiu ir para a faculdade e obter dois diplomas, um em Economia e outro em Direito. Tornou-se advogado, exerceu a profissão e ainda publicou um livro, intitulado “Três minutos para um cão: a minha vida no pulmão de ferro”, no qual desmistificou a crença de que a poliomielite está extinta e alertou para o perigo que a doença representa, através do relato da sua própria história.