Realidade dura vivida na pele por profissionais da saúde e doentes, mas as autoridades desvalorizam a situação e consideram normal.
As urgências e zona de internamento dos hospitais do município do Cazenga, em Luanda, registam nos últimos dias muita enchente, com vários pacientes a serem atendidos e internados nos corredores.
Constatação feita nos hospitais da Somague e dos Cajueiros, em uma cama estão, em média, três crianças e nas salas de internamento não há espaço para os médicos trabalharem. Alguns médicos estão a atender os pacientes em cadeiras e no chão.
Alguns utentes reconhecem os esforços dos médicos e enfermeiros, enquanto outros nem tanto, mas lamentam o facto de os profissionais de saúde estarem a trabalhar sem as mínimas condições.
As farmácias dos dois grandes hospitais do Cazenga estão quase sem medicamentos, em função das enchentes, mas as suas direcções asseguram não haver falhas.
Dados do Hospital Geral dos Cajueiros certificam que mais de dois mil pacientes estão a ser atendidos por dia. Segundo o Governo Provincial de Luanda (GPL) é a unidade sanitária da capital com mais pressão nos seus serviços, e há a necessidade de o corpo clínico melhorar a qualidade dos serviços que são prestados aos utentes.